terça-feira, 4 de março de 2008

A evolução da arte e da demência de Vincent Van Gogh através de seus auto retratos












“Nós passamos toda a vida num inconsciente exercício da arte de expressar nossos pensamentos com a ajuda de palavras”

Vincent Van Gogh é considerado um dos grandes expoentes da arte do século XIX. Nascido em Groot Zundert, Holanda, em março de 1853 começou a atuar profissionalmente aos 15 anos de idade trabalhando para um comerciante de arte em Haia.
Quando se mudou para Amsterdã seu primeiro interesse foi tornar-se pastor e chegou a estudar Teologia, o que acabou afastando-o por um tempo das artes. Esse entusiasmo e dedicação à religião influenciaram sua pintura. Nesse período Van Gogh dedicou-se a pintar principalmente retratos de pessoas comuns, as telas são tecnicamente soturnas, onde se destacam as cores preto e marrom, que descrevem a realidade social e a sobriedade causada pela religião. É nessa época que começa a pintar seus auto retratos (retrato 1) que para ele eram uma forma de auto conhecimento. São muitos, onde o artista descreve seus variados sentimentos em diferentes momentos de sua vida.
"Eu quero a luz que vem de dentro, quero que as cores representem as emoções”
Devido ao seu entusiasmo causado primeiro pela religiosidade e depois pela arte, Van Gogh trabalhava freneticamente. Muitos acreditam que isso acontecia nos períodos de mania do pintor, que eram seguidos por períodos menos criativos de exaustão e depressão. A psiquiatria moderna o diagnosticou como bipolar, doença caracterizada pelas alterações de humor, a depressão e a mania, e que teve grande influência em suas obras. É possível ver em que estado emocional ele estava através de seus quadros.
Após chegar a Paris, em 1886, e da agravação de seu estado emocional, ele começou a ver na cor uma maneira de maior expressão e veículo da espiritualidade.
1888. Começa a fase caótica de matizes, que é sua maior virtude. A técnica do pontilhado dá lugar às características pinceladas rápidas e curtas, intensificando a marca do pincel. Aplicadas em cores puras, as pinceladas são justapostas lado a lado, como jorros de tinta.
Outra hipótese para os problemas psicológicos de Van Gogh é de envenenamento pelo chumbo contido nas tintas. Um dos sintomas é a diminuição das retinas que pode causar a ilusão de ver a luz em círculos. Isso pode ser visto em diversas obras como Noite estrelada .
No hospital psiquiátrico de Saint Remy, onde se internou por vontade própria após um período de depressão profunda, Van Gogh ficou muito tempo sem sair de seu quarto. E podia pintar apenas sua realidade, os auto retratos. Nesse período tentou dar à sua obra uma atmosfera mais serena, como o uso do azul. É o que acontece no auto retraro azul de 1888 (retrato 2) que tem o fundo coberto por espirais em tom azul e verde, nas mesmas cores de suas roupas, que se fundem. Destacam-se sua barba ruiva e o olhar fixo. Vincent mandou esse quadro para o irmão Théo, que o apoiou a vida toda, onde disse: "Espero que repares que a expressão do meu rosto se tornou mais calma embora o olhar esteja menos firme que antes, segundo parece".
Ainda em 1888, após um período mais depressivo, Vincent teve uma grande crise acompanhada de alucinações e tentativa de suicídio.
Em 1889 sua doença se agravou e foi internado na clínica psiquiatra Saint Paul, dentro de um mosteiro com um jardim que virou sua grande fonte de inspiração. As emoções em conflito e a imaginação acelerada intensificaram seu ritmo de trabalho, o que pode ser notado pela grande quantidade de quadros pintados nos seus últimos anos de vida. Em um total de 800 pinturas atribuídas a ele, 400 foram pintadas nos últimos três anos de vida. Era a maneira como ele lidava com a turbulência dos pensamentos e a inquietação causada pela doença.
No final chegou a usar a tinta diretamente do tubo sobre a superfície da tela, o que deixava a tinta visivelmente mais espessa, rude. As cores fortes, amarelos vivos e vermelhos intensos, criavam efeitos que expressavam sua inquietude.
Depois de uma briga com o amigo Gauguin, Vincent corta a orelha esquerda em um acesso de fúria. Mais tarde pinta diante do espelho esse que viria a ser seu último auto retrato onde é possível ver seu olhar de mágoa e melancolia. (retrato 3)
Mesmo sendo extremamente talentoso e tendo revolucionado a pintura, Van Gogh viveu na pobreza. Só virou celebridade após sua morte. Em vida vendeu apenas um quadro, mas hoje suas obras estão entre as mais caras do mundo, valendo verdadeiras fortunas e influenciando várias gerações de artistas.




4 comentários:

bagagens&destinos disse...

hehe...
acho que vou deixar vc no suspense mais um pouquinho,pra ver se alguém se aventura a descobrir e comentar lá no blog...
ótimo post o seu...
bjos

Fábio Mayer disse...

Posso estar afirmando bobagem mas acho que ele era um retratista comum daqueles tempos, e sua demência o tornou um tremendo impressionista.

Veja o primeiro quadro: traços comuns, buscando a perfeição deuma foto. Nos demais quadros, traços genéricos, que buscam a impressão do autor sobre si mesmo.

Se não tivesse enlouquecido,provavelmente seria um artista menor.

Rose fish disse...

parabéns o blog ta perfeito,cada postagem.massa mesmo.

famous artists paintings disse...

All the oil paintings are very good.I like your blog very much.Bookmark your blog and sharing with my friends.