sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Bivolt




De onde vem essa tristeza no seu olhar?
Você sorri, mas seus olhos te entregam.
Você sorri, quando está chorando por dentro com vontade de gritar.
Quando te perguntam "olá, tudo bem?" e você responde " ótima! "
(tirando a dor e a tristeza que me consomem, os pensamentos negativos, a vontade de gritar, de sumir)
"sim, bem e você?".
Difícil a tua vida de viver entre dois mundos, o seu e o que você tem que mostrar aos outros.
Difícil ter que sorrir.
Difícil ter que agradar.
Alguns dias 110v, outros 220v.
Alguns dias ama, outros odeia.
Alguns dias sorri, outros chora.
Alguns dias diz a verdade, outros mente.
Alguns dias...
"Você tem que lutar, você tem que ser forte, você tem que olhar quem está ao seu redor e está bem pior que você. Os que não têm apoio da família, não tem condições nem bons médicos"
Você tem....você tem....
"Pare de reclamar, olhe ao seu redor: fome, pobreza, crianças pedindo nos sinais."
"Pessoas que não têm oportunidades."
Você tem!
Você tem....dor, angústia, medo...
De não conseguir, de desistir, de se entregar.
"Você tem de lutar!"
Você tem....você tem....
Culpa.
Vergonha.
Impotência.
Vácuo x .Mania.
Silêncio x Exaltação.
Bipolaridade.
Você tem.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Os opostos se atraem?


Quando pequena costumava ouvir que um relacionamento duradouro era mais possível entre pessoas afins com interesses comuns. Depois, já na adolescência, que a lei da Física de que os opostos se atraem, pode sim ser aplicada às nossas vidas pessoais. na prática, quando adolescente me apaixonei por tipos bem diferentes de mim. Eu que sempre fui estudiosa, que aos 17 fazia aulas de alemão, italiano e inglês, me envolvida com rapazes/meninos que não davam tanta importância ao estudo. Foi assim com meu primeiro namorado, que era "roadie" de banda! Com outro, baterista, que queria fazer sucesso a todo custo. Isso me causou uma certa decepção.
Tempos depois, mais adulta e mais calejada, resolví dar bola aos meus "iguais". Surgiu um militar rígido e ciumento e um italiano, calouro em psicologia na Universidade de Pádova (chiquerríma!), que resolveu que eu seria sua "cobaia de análises" nos quatro anos que se seguiriam....Impossibile!
Toda essa história recente me fez pensar sobre essa questão da tal "pessoa certa", ideal. Será que nós não idealizamos essa pessoa? Será que não perdemos chances de sermos felizes por estarmos bitolados à certos ideais?
Cheguei à conclusão que sim, e resolvi tirar um tempo pra mim e fiquei dois anos sem relacionamentos sérios. Foi a época de análises e reflexões, além de muita...muita observação. Estava então procurando pela "pessoa errada".
Sou uma pessoa que gosta de artes, lê muito, sou totalmente da área de humanas. O que fazer então quando surge uma pessoa bem oposta? Que diz que não gosta de ler, não gosta de teatro, toca de banda (mais um!) e punk ainda por cima!
Vou dizer o que fiz: despi-me de todo o preconceito que eu tinha de querer encontrar um cara com gostos parecidos, porém com personalidade própria e encarei essa pessoa que se mostrou fantástica. Um estatístico, descolado, que gosta de hardcore. E querem saber? Esse "erradinho" foi a melhor coisa que me aconteceu. É uma pessoa que me faz crescer, pensar e me interessar pois coisas além do ideal.
Estimulo então, vocês a procurarem a "pessoa errada", que pode justamente ser a pessoa ideal pra você, porque acrescenta à sua vida e bagagem coisas diferentes.
Pra mim os opostos de atraem sim!
E parece que não sou a única a pensar assim.

A Pessoa Errada
"Pensando bem, em tudo o que a gente vê e vivência, e ouve e pensa,não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade,a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada.A pessoa errada te faz perder a cabeça.Fazer loucuras.Perder a hora.Morrer de amor.A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar. Que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira.A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.Essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível. Essa pessoa talvez te magoe, e depois te enche de mimos pedindo seu perdão. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você. Vai estar o tempo todo pensando em você. A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo. Porque a vida não é certa.Nada aqui é certo.O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando,agindo, querendo, conseguindo.E só assim é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz:"Graças a Deus deu tudo certo",quando na verdade tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...."
Luis Fernando Veríssimo

sábado, 22 de setembro de 2007

Sábado, 18:48.
Dor de cabeça.
Gripe se despedindo depois de alguns dias.
Ainda sem inspiração - sorry!
Esse blog é coisa recente e feliz com a repercussão que está tendo, as visitas, os comentários, sou grata à todos vocês.
Pessoas que eu nunca vi - e provavelmente nunca verei - que perdem alguns minutinhos de suas vidas ocupadas para ler o que eu posto aqui. É uma coisa realmente incrível.
Estamos afastados por muitos kilometros, ou alguns de vocês são até meus vizinhos, mas é através dessa invenção incrível que nos encontramos.
A Internet me trouxe alguns bons amigos, me reaproximou de pessoas queridas e me ajudam a manter contato com quem tá longe. E me trouxe esse blog, e vocês - é claro!
Mais uma vez obrigada!
bom fim de semana!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Máscaras

Para viver em sociedade muitas vezes devemos ser o que não somos, gostar do que não gostamos, dizer o que não acreditamos. Isso não significa cedermos ao gosto comum, ao convencionado, ou perdermos nossa identidade, e sim adotarmos posturas para termos amigos, parceiros, colegas. Enfim, viver em sociedade significa muitas vezes anularmos certos aspectos de nós mesmos. Afinal, não é possível ser honesto, sincero a todo momento, como aquele personagem do Luis Fernando Guimarães, que fala tudo o que pensa. Pessoas assim super-sinceras, radicais, seletivas, estão fadadas à solidão e a rabugentice.
Todos temos nossas máscaras. Pra falar daquele corte de cabelo que não ficou bom em nossa amiga, da namorada nova do amigo, não somos 100% sinceros.
Quando estamos tristes, muitas vezes precisamos colocar nossas máscaras para enfrentarmos o dia, as pessoas, o trabalho. No entanto nem todas as pessoas usam suas máscaras assim, de algumas conhecemos apenas as máscaras e não sua essência real. Mas creio que as máscaras sempre caem. Um dia ou outro aquela pessoa que achamos que é nossa amiga, aquele colega de trabalho sempre solícito, um parente, acabam se revelando.
E quando essas máscaras caem, a verdadeira face é revelada. Uma face que não conhecíamos, ou que não aceitávamos.


* explico minha ausência na última semana devido à total falta de inspiração, pela decepção de uma máscara de longa data que caiu!

sábado, 8 de setembro de 2007

9/9/76

No dia nove de Setembro de 1976, às 16:30 (exatos 31 anos em algumas horas), nascia na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Curitiba, de parto cesariana, uma menina muito esperada pelos pais, após três anos de tratamentos para infertilidade - EU!
Parece que foi ontem..., como diz minha mãe।
E como esse ontem passou rápido, pra mim também.
...foi ontem que eu acordava cedo pra ir pro Colégio Bom Jesus e passava o dia inteiro no meio das freiras, e já aos sete ou oito anos questionava seus ensinamentos religiosos.
...aos nove implorava pra meus pais me matricularem no curso de inglês na escola FISK, única de Campo Largo (cidade a 30 km de Curitiba), mal sabiam eles que vinte anos depois eu me tornaria professora de uma escola FISK e conheceria o seu fundador pessoalmente.
...aos catorze me mudo com meus pais pra Curitiba (episódio esse que considero um dos mais importantes da minha vida!!) e comecei a estudar no Colégio Positivo, saindo de uma escola pequena com 20 alunos por turma e indo pra uma com 100.
...aos quinze tomei a primeira sábia decisão: troquei a pomposa festa de 15 anos por uma viagem pra Inglaterra, onde passei um mês sozinha -sem dúvida o grande divisor de águas da minha vida.
...aos dezessete passei no vestibular de História :)
...aos dezenove tranquei a faculdade de História :(
...a primeira paixão aos vinte e um
...a primeira decepção aos vinte e três
...me formei em jornalismo aos vinte e quatro sem ser um grande destaque na turma, mas ouvi emocionada meu Paraninfo me dizer: "me prometa que nunca parará de escrever"
(promessa essa que eu quebrei, e retomei justamente esse ano, ao revê-lo)
...nasci de novo aos vinte e oito, reaprendi muitas coisas, tomei consciência de muitas outras e que não tinha perdido o trem...o meu estava apenas atrasado, mas viria.
Aprendi acima de tudo a importância dos amigos, do auto conhecimento, da paciência, da espera,da maturidade.
Essa maturidade aliás, não vem necessariamente com a idade, mas com as decisões que você toma e o esforço disposto a fazer pra torná-las realidade.
Olho pra trás e vejo trinta e um anos de aprendizado, e é isso que quero pro meu futuro: mais aprendizado. Sobre mim, o mundo, os outros. Pois só assim atingimos nossa plenitude.
Vejo erros, acertos...vejo VIDA.
O resultado desse mergulho dentro de mim, os frutos da minha evolução, saberemos daqui outros trinta e um anos, quando serei uma charmosa, plastificada, estilosa e bem humorada senhora de sessenta e um anos.

Que assim seja!


Feliz Aniversário para mim!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Paixões humanas

Se existe uma pessoa que escreve com sobriedade, sensibilidade e conhecimento é Lia Luft! Uma escritora que conheci ha pouco tempo mas admiro muito. Hoje (05/09) estava tendo uma conversa com uma pessoa querida sobre sentimentos. Coincidentemente algumas horas depois me deparei com esse delicioso e belíssimo texto dela que fala justamente sobre isso: as Paixões Humanas.

"Certo dia as Paixões humanas se reuniram para brincar. Depois que o Tédio bocejou três vezes porque a Indecisão não chegava à conclusão nenhuma e a Desconfiança estava tomando conta de todos, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde. A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo, e a Intriga começou a cochichar com os outros, dizendo que certamente alguém iria trapacear.
O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas num canto, a entrarem no jogo. A Verdade achou que isso de se esconder não estava com nada, a Arrogância fez cara de desdém, pois a idéia não tinha sido dela, e o Medo preferiu não se arriscar: “Ah, gente, vamos deixar tudo como está”, e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz.
A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava. O Otimismo montou no arco-íris, e a Inveja se ocultou junto com a Hipocrisia, que sorrindo fingidamente atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo.
A Generosidade quase não conseguia se ocultar por que era grande e ainda queria abrigar meio mundo, a Timidez ficou paralisada, pois já estava mais do que escondida em si mesma, a Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe oferecia, porque não era nem boba nem fingida.
O Egoísmo achou um lugar perfeito, onde não cabia mais ninguém. A Mentira convidou a Inocência para mergulharem no fundo do oceano, onde acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo, e o Esquecimento já nem sabia o que estavam fazendo ali.
Depois de contar até 99, a Loucura começou a procurar.
Achou um, achou outro, mas ao remexer num arbusto espesso ouviu um gemido: era o Amor, com os olhos furados pelos espinhos. A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele, espalhando beleza pelo mundo.
Desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha: juntos fazem à vida valer a pena.
Mas isso não é coisa para os queixosos, os pusilânimes e os demais rígidos, ou aqueles para quem a felicidade é um bem proibido por deuses severos."

Reflitam sobre essas belas palavras e decidam em que grupo vocês estão: os rígidos e medrosos demais para encarar as paixões, ou aqueles dispostos a sofrer alguns tropeços, mas por fim andar de braços dados com o Amor e a Loucura?

LUFT, Lia. As Paixões Humanas. IN: Em outras palavras. São Paulo: Record, 2006. p69

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

(In)Justiça Brasileira

Os que frequentam esse blog, devem ter percebido que minha opção por tê-lo é para escrever sobre assuntos que realmente gosto, fazer as pessoas refletirem sobre assuntos que muitas vezes passam batido. Ao contrário de muitos, não escrevo sobre política, economia ou atualidades. Não exteriorizo minha indignação, deixo pra vocês que escrevem tão bem sobre o assunto. Mas hoje farei uma exceção . Porque estou indignada. Quarta feira da semana passada aconteceu algo que pra mim é uma piada, um episódio que coroa e dá diploma a nossa Justiça de incapacidade e falta de seriedade. A decisão do Ministério Público em manter o assassino Thales Ferri Schoedl no seu cargo de promotor!Ganhando R$10 mil por mês. O jovem promotor, com notória fama de encrenqueiro matou em Dezembro de 2004 um estudante de 20 anos, após uma discussão. O dito cujo alegou que atirou em legítima defesa contra um grupo de pessoas que o ameaçavam e que teriam mexido com sua namorada. Ele até chegou a ser preso, mas (surpresa!) não foi julgado, não ficou preso e se não me engano ficou recebendo sua "merreca" sem trabalhar desde o crime.
Tudo isso é uma grande piada. Creio que muitos entre vocês também estão se sentindo como eu. A casa do promotor foi pichada com os dizeres "Assassino. Justiça. Ministério Público, a vergonha do Brasil", o que mostra a indignação e sentimento de revolta.
É inadmissível.